Para que o resultado da confecção de um
vestido seja satisfatório, é necessário que, antes do início das costuras,
sejam observadas algumas regras, que favorecem e simplificam o trabalho. Tais
regras se resumem em seis etapas, assim distribuídas:
a) Escolha
do modelo desejado.
b) Escolha
da fazenda.
c) Preparo
da fazenda.
d) Tomada
das medidas e corte dos moldes em papel.
e) Passagem
dos moldes de papel para o tecido.
a) Antes de tudo,
quando se resolve fazer um vestido, deve-se escolher o modelo. É muito mais
comum, ou melhor, é quase regra geral, que se compre a fazenda em primeiro
lugar e depois se escolha o vestido. É um erro, um erro que não é grave nem irremediável,
mas que deve ser evitado a fim de poupar muita dor de cabeça na escolha de um
modelo que se adapte ao tipo de fazenda e à metragem comprada. É muito mais
fácil conseguir o tecido adequado a um modelo previamente escolhido do que
encontrar um modelo que se ajuste a uma fazenda já adquirida.Tome, portanto, o
nosso conselho, querida leitora, escolhendo antes de tudo um modelo que lhe
agrada, de acordo, naturalmente, com a sua silhueta física. Se você é gorda,
deve preferir os vestidos simples e elegantes, de linhas verticais, que alongam
a silhueta, evitando, ao mesmo tempo, os franzidos e os drapeados exagerados.
Se você é magra, deve, pelo contrário, escolher os modelos abundantes de panos,
franzidos e drapeados, saias largas e golas altas. Se é baixa, deve fugir das
saias excessivamente rodadas e dos vestidos muito rebuscados e se é alta, deve
preferir os modelos de linhas horizontais e assimétricas, evitando as linhas
verticais.
b) Uma vez
escolhido o modelo, passa-se à escolha da fazenda, que deve ser adequada, não
só ao modelo, como também ao tipo físico da mulher. Quando esta é baixa e
relativamente gorda para a sua estatura, deve evitar, de todas as maneira os
tecidos de grandes estamparias ou os tecidos muito duros, com os quais pareceria
mais gorda ainda. Da mesma forma, as mulheres muito altas também devem
evita-los, porque pareceriam ainda maiores do que são na realidade. Mulheres
destes dois tipos devem ter preferência aos estampados de pequenos motivos, às
fazendas, de “pois”, de pastilhas ou de listras estreitas. Por outro lado, as
mulheres muito magras para a sua estatura podem usar sem medo as grandes
estamparias e as fazendas duras porque parecerão menos magras. As cores também
desempenham um papel importante, pois, como se sabe, as cores escuras e sóbrias
emagrecem e alongam a silhueta ao passo que o branco e as cores claras ou vivas
engordam.
c) Depois de
comprada a fazenda, é necessário prepara-la para o corte, assunto este que
serviu de objeto à nossa segunda lição.
d) Como no caso
anterior, a tomada das medidas já foi explicada na primeira lição do nosso
método. Quanto ao corte dois moldes em papel, este vai ser objetivo de todo
este curso de corte e costura.
e) Há costureiras
que cortam diretamente o tecido, armando o vestido, muitas vezes, no próprio
corpo da cliente ou do manequim. Mas este processo é perigoso, exigindo extrema
segurança da costureira. Sua única vantagem é a de poupar tempo. As
principiantes não devem fazer isto porque se arriscam a perder uma boa parte da
fazenda, se cometerem algum erro. É aconselhável que, em todas as ocasiões,
cortem o molde primeiramente em papel, transportando-o em seguida, para o
tecido, processo este que requer alguns cuidados. Em primeiro lugar, as medidas
devem ter sido tomadas com atenção e a metragem total cuidadosamente
estabelecida, pois há um axioma que diz: “meça mil vezes, mas corte uma só
vez”. Os moldes devem ser todos cortados em medida exata, acrescentando-se 2 ou
3 cm para as costuras, no momento em que se vai corta-los na fazenda. Quanto às
bainhas, deve-se deixar uma margem de 5 cm. Quando se trata de tecido
estampado, não se deve esquecer que ele requer maior quantidade, pois, quando
um desenho vai numa direção, as bordas superiores de todas as peças do molde
devem ir na mesma direção. Suponhamos uma fazenda estampada com chapéus
mexicanos. Se a primeira peça do molde, digamos a blusa, por exemplo, for
cortada de maneira que a copa dos chapéus fique para cima e a aba para baixo,
todas as demais partes do molde devem ser cortadas de modo que a copa fique
voltada para a borda superior da peça e a aba para a inferior. Cortando-se a
fazenda como acaba de ser dito, todos os desenhos ficarão dirigidos para o
mesmo sentido, dando ao vestido, depois de pronto, um aspecto harmonioso. Da
mesma forma, fazendas listradas ou de xadrezado escocês devem ser cortadas com
muita atenção a fim de que haja rigorosa coincidência das listras e do xadrez,
ao nível das costuras. Este ponto é de grande importância porque, se não há
essa coincidência, a costura toma o aspecto de descuido, prejudicando a
elegância do vestido. Há, ainda, fazendas felpudas, cujas felpas, seguem uma
única direção, que pode ser determinada escovando-se levemente estas felpas.
Neste caso, todas as peças do molde devem ser dispostas no mesmo sentido.
Depois de tomadas essas precauções, a que acabamos de nos referir, começa-se
então a prender os moldes na fazenda que deve estar – repetimos – lisa, passada
a ferro e livre de quaisquer dobras ou rugas. Ao prender-se os moldes na
fazenda, deve-se antes, estudar com bastante cuidado a sua disposição, a fim de
economizar o máximo de tecido. Para prende-los, usa-se alfinetes finos e
inoxidáveis em abundância. Depois de cortar os moldes no tecido, com a margem
de 3 cm para as costuras, é necessário marcar as dimensões exatas de cada peça.
Para isso, antes de desprender a fazenda já cortada, dos respectivos moldes,
faça-se pelo contorno do molde um alinhavo frouxo, ou qualquer outra marcação,
como giz ou lápis, devendo, neste caso, o traço ficar pelo lado avesso. Quando
as peças, dianteira e traseira, são cortadas com a fazenda dobrada, marque-se
os centros antes de tirar o molde. É conveniente também marcar todas as
perfurações que indicam costuras, pences, pregas, bolso e casas. Em fazendas
lisas, de tecido resistente, as marcações podem ser feitas com a carretilha.
Outro método de marcação é o que se obtém com a linha gessada. Faça-se um
alinhavo de pontos bem espaçado, com linha pela qual se passou giz de cor
diferente da do tecido. Cose-se o molde junto com o tecido, ao longo da linha
que se deseja marcar. Depois, puxe-se o fio de alinhavar e desprenda-se o molde
da fazenda. Retirado o fio, ficarão no tecido os pequenos traços de giz.
f) Depois de tudo
isto feito, os moldes já cortados na fazenda, é que se principiará a costurar,
assunto este que será objeto de futuras lições (postagem!).
Estes conselhos
que, a primeira vista, parecem complicados, são bem fáceis de serem seguidos, e
depois de algum tempo, se tornam praticamente automáticos.
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