Na lição de hoje
terminaremos o assunto dos pontos de costura à mão, que iniciamos na semana
passada (Lição 08: Alinhavos, de 15 de março de 1959). Vejamos, então:
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Ilustração de Gil Brandão |
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Ponto de chuleio (figura 1)
Este ponto envolve as bordas internas
das costuras, que ficam livres, constituindo um arremate chato e firme,
indispensável em fazendas que desfiam facilmente.
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Pontos de bainha: ponto em espinha de peixe
e ponto clássico
Cada pessoa tem a sua maneira
individual para fazer bainhas. Contudo, os pontos usados para esse fim não
variam muito, e os mais comuns e mais utilizados são: o ponto em espinha de
peixe e o ponto clássico de bainha.
No ponto em espinha de peixe (figura
2), a agulha corre em dois níveis, dando pontos grandes na parte dobrada da
bainha e nos pontos pequeninos, apenas tomando o fio, no avesso da saia.
O ponto clássico (figura 3) para fazer
bainhas é semelhante ao ponto de chuleio, que pega simultaneamente a parte
dobrada da bainha e o avesso da saia.
Quando se trata de “tulle” ou filó,
não se faz bainha de espécie nenhuma. Por outro lado, é um erro imperdoável
fazer-se bainha à máquina, a menos que se trate da fralda de uma blusa
“chemisier” ou de um traje esportivo, cujo modelo assim o requeira.
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Ponto trilhado (figura 4)
Este ponto é usado para bainhas,
vivos, debruns, etc, cuja costura requer absoluta invisibilidade.
Em primeiro lugar, dobra-se e
alinhava-se a orla com ponto corrido ou então com costura a máquina. Em
seguida, enfia-se a agulha no mesmo lugar de um ponto já feito, toma-se um fio
do tecido inferior, e faz-se a agulha sair dois ou três pontos adiante.
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Ponto cerrado (figura 5)
Este ponto constitui uma costura forte
e praticamente invisível. É usado para prender duas orlas, para aplicar entremeios
e rendas, etc. O ponto cerrado é uma espécie de ponto de chuleio bem pequeno e
bem cerrado, como seu próprio nome indica.
Ponto atrás (figura 6)
Este é um ponto interessante, parecido
com o ponto haste, usado em bordados. O processo de executa-los é o mesmo, com
a diferença de que, no ponto de haste, os pontos são dados obliquamente,
enquanto no ponto atrás, eles são feitos na mesma direção, formando uma linha
reta, enfiando-se a agulha no mesmo lugar do ponto anterior. Por causa da sua
semelhança com o ponto da máquina de costura, o ponto atrás é considerado como
o seu precursor. É quase tão seguro quanto o ponto de máquina, mas muito
demorado. Geralmente usa-se este ponto, quando se deseja fazer uma costura
firme a mão, num momento em que a máquina, por um motivo qualquer, não possa
ser utilizada.
De posse destes pontos fundamentais de
costura a mão, a leitora já estará apta a fazer um vestido bem acabado, pois,
como tivemos ocasião de dizer na semana passada, a costura a máquina está
destinada à construção do vestido, onde se requer firmeza, e a costura à mão
aos arremates finais, que vão dar o verdadeiro valor ao trabalho.
Contudo, não basta saber fazer os
pontos que acabamos de ensinar; é preciso faze-los bem feitos.
Para isso, é prudente que a leitora
sem muita prática, tome de um pedaço qualquer de fazenda, faça-os e refaça-os,
vezes seguidas, até adquirir a necessária habilidade, pois, como os pontos de
bordado, os pontos de costura a mão, pela sua delicadeza, exigem muita leveza e
bastante técnica.
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