sexta-feira, 31 de maio de 2013

Lição 14: A prova dos vestidos (continuação), de 26 de abril de 1959

Vimos na semana (postagem!) passada Lição 13: A prova dos vestidos, quais os cuidados que devem ser tomados, antes de ter início a primeira prova dos vestidos. Vejamos agora, quais as precauções necessárias durante as provas:

1) Colocar em torno da cintura, uma fatia de gorgorão de 2 cm de largura, mais ou menos, e previamente distendida no ferro, a fim de lhe dar um movimento de queda. Esta fita será em seguida costurada na parte interna da cintura do vestido.
2) Colocar em torno do pescoço um contra-forte, que servirá de apoio para fazer as correções da blusa (quando não se tratar de vestidos muito decotados).
3) Verificar se os meios da frente e das costas são exatamente em seus lugares.
4) Reforçar a cintura do vestido com a fita de gorgorão.
5) Experimentar sempre o lado direito.
6) Marcar as correções com alfinetes, que se enfiam perpendicularmente à costura ou à bainha que se corrige.
7) Enfiar alguns alfinetes à esquerda para evitar que o meio da frente ou das costas fique repuxado e falseie o resultado da prova. Se necessário, alisar com vários alfinetes as espessuras do tecido assim repuxadas.

Como o vestido é armado para as provas por meio de alinhavos, é interessante dar aqui alguns conselhos sobre eles. Como todas as leitora devem saber, os alinhavos se fazem em geral, com pontos corridos maiores ou menores, de acordo com o grau de minúcia exigido pelas diferentes partes da prova. Toda bainha deve ser alinhavada duas vezes com pontos médios: ao nível da dobra e na extremidade da borda interna. Na altura dos quadris, alinhavem-se as costuras da saia com pontos bem pequenos, senão as costuras se afastam por ocasião da prova e fechando-se, mais tarde, essas costuras a máquina, elas induzirão a um erro quanto à largura real da saia. Da mesma maneira, alinhavar com pontos pequenos, blusas e pences. No entanto, pode-se alinhavar uma saia larga com pontos grandes, sem nenhum inconveniente.

Na primeira parte das provas, é mais prático, mais cômodo e mais seguro, experimentar separadamente a saia e a blusa, sobretudo para quem costura para si própria. Vejamos primeiramente como se experimenta a saia. Se as alterações não forem muito grandes, as costuras podem ser alinhavadas imediatamente, combinando-se as novas marcações. Se as correções forem fundamentais, tirem-se os alinhavos das costuras laterais, dobre-se ao meio as peças da saia, e examinem-se as modificações para verificar se ficaram parelhas. Alinhave-se outra vez e repita-se a prova. Ao experimentar a aia, ponha-se o lado direito para fora, com as pences, franzidos, pregas e bainha alinhavadas. Prenda-se com alfinetes, um cinto ou uma fita de gorgorão em torno da linha natural da cintura, como já vimos anteriormente. A esta fita, prenda-se a saia com alfinetes, observando-se bem as marcações.

A fita de gorgorão deve ter cerca de 2 cm de largura e, antes de ser pregada, deve ser submetida a um processo de amolecimento a fim de dar um movimento de queda à cintura na parte das costas. Ao mesmo tempo, ela fixa a linha da cintura, facilitando a costura e dando maior elegância à saia. É imprescindível nas saias godês, porque mantém bem distribuídos os gomos do godê.

Depois de pregar a fita de gorgorão na saia, verifique-se se as marcações do centro da saia coincidiram, tanto atrás como na frente, com o centro do corpo, e se ficaram perpendiculares ao chão. Deixe-se uma margem razoável para as costuras. Veja-se também se as costuras longitudinais se apresentam retas e perpendiculares ao chão. Se os lados da saia repuxam para a frente, altera-se levemente, tirando-se mais da frente ou das costas, conforme o caso. Em torno dos quadris, a trama deve correr paralela ao chão, o que significa que a saia justa e reta deve ser cortada no sentido do comprimento da fazenda, pois há certos tecidos que não permitem que a saia seja cortada no sentido da largura, o que provocaria uma deformação posterior. Quando a trama não está paralela ao chão, levante-se ou abaixe-se a linha da costura da cintura até que a trama da linha das cadeiras caia corretamente. Se a saia for alargada ou estreitada na altura dos quadris, verifique-se logo se ela permite sentar-se comodamente. A partir dos quadris, as costuras laterais devem continuar em linha absolutamente reta até a bainha, quando se trata de uma saia estreita, é lógico.

Antes da primeira prova, toda mulher deve verificar se as peças do vestido estão todas cortadas na mesma direção do fio, pois nenhum vestido, cairá impecavelmente se a trama e a urdidura não forem respeitadas. Quando há movimentos de drapeados ou jogo de envieses e listras, então o caso muda de figura.

Resumindo o que foi dito, deve-se vestir a saia e fazer todas as correções necessárias do lado direito. Despi-la em seguida, e corrigir do lado oposto. Tornar a vesti-la e verificar se tudo ficou perfeito. Costurar a linha da cintura numa fita de gorgorão, examinar as costuras longitudinais para ver se estão perfeitamente perpendiculares ao chão, corrigir a trama em torno dos quadris e verificar se as costuras laterais modelam corretamente as cadeiras e permitem sentar-se comodamente. Depois disto, passa-se para a prova da blusa, assunto este de que tratemos na próxima lição.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Lição 13: A prova dos vestidos, de 19 de abril de 1959

A prova dos vestidos é a pedra angular da costura. Sem uma prova correta e cuidadosa não é possível fazer-se um vestido satisfatório. A execução de um vestido, por outro lado, comporta um risco e uma despesa, que só o bom resultado do trabalho lhe pode recompensar. Nada deve ser confiado ao acaso. E a primeira condição para o resultado feliz de uma costura é uma boa prova, feita com atenção e minúcia. E a prova deve ser repetida tantas vezes quantas forem necessárias.

Quando a mulher costura para si mesma, a prova deve ser feita de preferência sobre um manequim, a respeito do qual, aliás, já tecemos vários comentários em lições anteriores. É absolutamente necessário que o manequim tenha as medidas da pessoa. Ora, esses manequins que reproduzem fielmente o corpo, ou são muito caros ou não existem a venda em nossas casas, como é o caso do manequim ideal francês, fabricado em malha metálica amoldável a qualquer corpo.

Ilustração de Gil Brandão

O manequim rígido é o mais barato, mas só raramente corresponde as medidas exatas da pessoa. Isto, no entanto, pode ser remediado pelo processo do “bourrage” do manequim clássico, processo este que acabamos de ver nas últimas lições do nosso método.

Se não houver manequim, a mulher que costura para si própria deve ter a paciência de experimentar no próprio corpo, servindo-se de uma ajudante, pelo menos para a prova. Se não houver nem ajudante nem manequim, deve-se por o vestido e, diante de um espelho de comprimento total, anote-se e marque-se todas as correções necessárias. Dispa-se o vestido e faça-se as marcações com alfinetes. Experimente-se outra vez e corrija-se os defeitos até que tudo esteja perfeito.

Na primeira prova, é mais fácil experimentar separadamente a saia e a blusa.

Como é muito freqüente nos dias de hoje, adquirir-se moldes já  cortados em livrarias, ou traçados, como é o caso do nosso suplemento, é interessante dar aqui uma série de regras que deverão ser observadas, tão logo a leitora tenha em mãos o molde desejado:

1) Escolher cuidadosamente o tecido, que deve ser adequado ao modelo e cuja metragem deve atender às necessidades do molde.

2) Controlar se o tecido está bem cortado a fio direito nas duas extremidades; para isso, basta desfia-lo um pouco e acertá-lo com uma tesoura.

3) Fazer o “décatissage”, com um pano molhado, quando se trata de lã.

4) Molhar na água, os tecidos que encolhem.

5) Passar a ferro, a fim de que a fazenda esteja pronta para ser manipulada.

6) Desdobrar o molde e estudá-lo com o máximo de atenção.

7) Escrever sobre o molde, os nomes das peças correspondentes e as letras que facilitam a montagem.

8) Acentuar com um lápis todos os sinais: flechas indicadoras do fio direito, marcações do meio da frente e do meio das costas, das pences, das bordas a dobrar, indicações da costuras aparentes, bem como escrever letras iguais nos pontos correspondentes das peças para facilitar a sua união.

9) Verificar no seu manequim se as medidas do molde coincidem com as suas para o que, basta prender as peças do molde com alfinetes no manequim.

10) Retificar as medidas se for o caso, indicando a lápis, as modificações sobre o papel.

11) Dispor sobre o tecido as peças do molde, seguindo as indicações do esquema.

12) Reproduzir os moldes no tecido por meio de alinhavos, giz ou lápis de cor.

13) Cortar, seguindo o contorno dos moldes e deixando-se 2 a 4 cm de reserva para as costuras e 6 a 8 cm para as bainhas.

14) Passar linhas de direção no exato fio direito, horizontal e vertical.

15) Alinhavar os fios de contorno dos moldes.

16) Prender com alfinetes, seguindo os fios de contorno, as duas espessuras do tecido, a fim de poder passar os fios para o outro lado, obedecendo os alfinetes. Isto se faz quando as peças são simétricas e o tecido está dobrado em dois para maior rapidez do trabalho. Quando se traça os moldes com lápis, este processo pode ser substituído pelo papel carbono, colocado por baixo do tecido e virado para cima.

17) Reunir por meio de um alinhavo de pontos pequenos, todas as peças dos vestidos em suas relações exatas. Depois de tudo isso, o vestido estará armado e pronto para ser experimentado.

Se estes conselhos forem sempre obedecidos, o trabalho das provas ficará grandemente facilitado e a confecção do vestido correrá rapidamente, sem dores de cabeça.

Na próxima semana (postagem!), daremos alguns conselhos práticos sobre a prova dos vestidos, para depois então entrarmos diretamente nos esquemas básicos de corte.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Lição 12: Como fazer o “Bourrage” de um manequim clássico (continuação), de 12 de abril de 1959

“Bourrage” definitivo

Nas duas últimas lições (postagens!Lição 10: Como fazer o “Bourrage” de um manequim clássico, de 29 de março de 1959Lição 11: Como fazer o “Bourrage” de um manequim clássico (continuação), de 5 de abril de 1959, vimos como se faz o “bourrage” parcial e o forro do corpo do manequim. Depois que este ficar pronto, retiram-se as fitas pretas que estão presas com alfinetes sobre o manequim e o organdi de algodão que mantém o “bourrage” parcial. O “bourrage” parcial deve permanecer, entretanto, porque vai preencher exatamente o que falta entre o manequim e o forro do corpo. Amassar bem o estofo ou o “bourrage” para lhe dar um aspecto bem liso e uniforme. Fechar a costura de frente, sobre o manequim, por um ponto de cerzidura. Terminar o decote, segundo a própria medida, por uma tira de fazenda de dois centímetros de largura. Fechar a cava com um oval de tecido, costurada pela linha da cava. Aplicar a borda inferior do forro do corpo sobre a borda do manequim,com pontos de alinhavo ou com alfinetes. Acrescentar à base do manequim, fitas que dão o comprimento da pessoa até o solo. E assim, eis terminado o manequim, reprodução fiel de cada leitora. Pode ser completado por um braço estofado, cuja maneira de preparar passaremos a expor. A figura 1 mostra o manequim, depois de completamente feito o seu “bourrage”.


Ilustração de Gil Brandão

·         Braço estofado
Medida – Tomar as medidas do braço: comprimento total do ombro ao punho, que nós supomos de 61 cm; circunferência do braço em sua parte mais grossa, 28 cm; circunferência do braço no cotovelo, 25 cm; e punho, 16 cm.

Molde – Traçar o molde da manga em duas peças, como mostra a figura 3. Tomar de uma folha de papel de 62 cm de altura por 19 cm de largura (medida igual a dois terços do braço na parte mais forte). As letras e as medidas, que passaremos a dar mostrarão o caminho a seguir para executar o desenho das duas peças de um braço médio:
A – F = 61 cm
A – B = 9 cm
B – C = 3 cm
B – D = 26 cm
D – F = 26 cm
I – C = 19 cm
I´ – C´ = 9 cm
H – D = 17 cm
H´- D´= 8 cm
E – F = 5 cm
G – E = 10 cm
G´- E´ = 6 cm

O desenho compreende a parte superior (mais larga) e a parte inferior (mais estreita) da manga. Depois de riscadas no papel, basta passar a carretilha sobre elas e a fazenda para obter cada uma das partes. Recortar em seguida os dois moldes, em fazenda de algodão de 70 cm por 80 cm.

·         Execução
Começar sempre pela costura que passa pela dobra interna do cotovelo. Alinhavar, costurar e recortar a costura, deixando apenas 1 cm de margem interna. Fazer os piques e abrir a costura no ferro. A costura do cotovelo é preparada pelo direito, sobre a mesa.

Começar dobrando a parte superior da manga, deslocando de 1 cm a costura de sangria (costura que passa pela dobra interna do cotovelo), em direção à parte inferior da manga, em direção à parte inferior da manga, que está colocada bem lisa sobre a mesa, dobrar o bordo da costura da parte superior sobre a linha de lápis da parte inferior e prender com alfinetes.

Os traços de lápis do alto e de baixo da manga devem coincidir rigorosamente. No cotovelo, reforçar ligeiramente numa distância de 5 a 6 cm. Prender com alfinetes, alinhavar e costurar. Ver figura 2.

·         “Bourrage” ou estofamento
Estofar o braço de modo semelhante ao do manequim. Fechar em baixo, no punho, por um pequeno oval, e no alto, por outro oval correspondente à cava.

O alto da manga será preso como para uma montagem clássica, de maneira a formar um abaulado do braço, junto ao ombro. Prender o braço estofado na cava por meio de alfinetes.

A figura 4 mostra o manequim completo, depois de feito o “bourrage” e acrescentado o braço estofado.


Na próxima semana (postagem!), daremos alguns conselhos práticos sobre a prova dos vestidos, para depois então entrarmos diretamente nos esquemas básicos de corte.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Lição 11: Como fazer o “Bourrage” de um manequim clássico (continuação), de 5 de abril de 1959

Já vimos na semana (postagem!) passada Lição 10: Como fazer o "Bourrage" de um modelo clássico, de 29 de março de 1959, quais os materiais necessários ao “bourrage” – ou estofamento – de um manequim e como se faz o desenho do forro do corpo. Hoje, prosseguindo a lição, vamos ver como se continua o trabalho do “bourrage”, depois de cortado o forro do corpo.

Ilustração de Gil Brandão

·         Instalação sobre o manequim
Todas as peças serão sucessivamente colocadas e cortadas de acordo com o desenho feito pela fita preta, conforme foi visto na lição anterior, deixando-se 3 cm a mais para cada costura. Colocar sempre a linha horizontal na cintura para indicar o assentamento e a linha vertical no meio da peça, para indicar o aprumo do tecido.

·         Costas
Começar pelo meio das costas, que será cavada em cerca de 2 cm na cintura. A costura estará indicada pela fita preta. Cortar em seguida.

·         Lado das costas
Para a cintura operar da mesma forma. Erguer a fazenda para fazer a união do ombro. Notar que ao passar pelo bombeamento da omoplata, forma um excesso de fazenda, que será eliminado na costura, sem o que, produzir-se-iam pregas em direção à cava. Cortar e depois prender com alfinetes ao longo da fita preta a costura que une as costas com o lado das costas (ver a figura).

·         Frente
O meio da frente deve estar sempre a fio direito. Colocar a linha da cintura na cintura e cortar.

·         Lado da frente
Colocar, com a ajuda da palma da mão sobre o tecido, o fio direito na vertical, o que acontecerá naturalmente, mas inclinando-se um pouco para envolver o arredondado do busto. Produzir-se-á um pequeno excesso de fazenda, que será eliminado na costura, e recortar com uma margem de 3 cm. Em seguida, da mesma maneira, unir a costura por baixo do braço sobre a linha de fita preta. Se a cintura é muito fina, torna-se necessário fazer uma pence horizontal no meio da cintura no lado da frente.

·         Costura do ombro
Recortar as sobras. Unir as costas com a frente, prendendo com alfinetes e constatando que a costura das costas fornece um excesso de fazenda de 10 a 12 milímetros, que deve ser eliminado na costura da frente. Marcar o decote e a cava com um traço de lápis.

Fazer no meio da frente uma pence horizontal para marcar o cavado do busto.

Estando assim presa por alfinetes a metade do forro do corpo, retira-la do manequim para traçar com lápis todas as costuras e os pontos de relação. Fazer o outro lado, traçando todos os contornos com a carretilha ou papel-carbono. Respeitar o sentido do fio horizontal e vertical. Unir o forro inteiro com pequenos pontos de alinhavo bom sólidos e fazer os piques na margem interna das costuras ao nível da cintura, para poder experimentar pelo direito, com as costuras para o interior. Este forro do corpo, assim preparado sobre o “bourrage” provisório, será experimentado sobre a própria pessoa, diante de um espelho de três faces ou de dois espelhos bem colocados.

Se o forro estiver bom, passar as costuras a máquina, exceto a dos ombros e a que fica por baixo do braço, e abrir as costuras, passando-as a ferro. Provar novamente. Se o forro ficar grande ou pequeno demais, fazer as correções. Se estiver muito comprido ou muito curto no busto, retificar pela costura do ombro, até que a moldagem no próprio corpo seja perfeita.


Na próxima semana (postagem!), terminaremos este assunto, falando sobre o “bourrage” definitivo e ensinando a fazer o braço estofado para o manequim.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Lição 10: Como fazer o “Bourrage” de um manequim clássico, de 29 de março de 1959

Ilustração de Gil Brandão
Quem costura para si própria não pode prescindir do uso de um manequim que reproduza, tanto quanto possível fielmente, as linhas do próprio corpo. Os manequins especiais, feitos individualmente são muito dispendiosos, bem como os ajustáveis. O manequim rígido, do tipo clássico, pode ser usado satisfatoriamente, desde que sofra o processo que os franceses chamam de “bourrage”, ou seja, uma espécie de estofamento.

Em primeiro lugar, deve-se escolher um manequim, cujas medidas nunca seriam maiores do que as do próprio corpo. Isto lhe permitirá, querida leitora, fazer o “bourrage”, reforçar certas partes do manequim para obter a reprodução fiel do seu corpo feita com auxílio de uma fazenda de algodão – obtida no comércio sob o nome de algodãozinho – cortada nas suas próprias medidas. O primeiro passo será então a tomada das medidas, o que deve ser feito com toda a minúcia e cuidado. Escrevê-las numa ficha na seguinte ordem:


  1. Circunferência do busto.
  2. Circunferência da cintura.
  3. Circunferência dos quadris.
  4. Largura das costas.
  5. Largura da frente do busto.
  6. Comprimento das costas, do ombro à cintura.
  7. Comprimento da frente, do ombro à cintura.
  8. Comprimento do ombro à ponta do seio.
  9. Comprimento do ombro à barra da saia.
  10. Comprimento da barra da saia à terra.
  11. Comprimento do ombro, do pescoço à cava.
  12. Comprimento da manga, braço dobrado.
  13. Circunferência do braço na parte mais grossa.
  14. Circunferência do antebraço.
  15. Circunferência do punho.


·         Material necessário
a)    2m de algodãozinho bem forte, com 80cm de largura.
b)    Estofo: crina ou pasta de algodão.
c)    Organdi de algodão.

·         “Bourrage” parcial ou provisório
Com auxílio de estofo, reforce o seu manequim, olhando-se bem no espelho e controlando com uma fita métrica o que lhe falta nas omoplatas, na cintura, no busto, em relação às suas próprias medidas. A figura mostra em cinzas esses reforços parciais, feitos com a pasta de algodão, fixados por meio de alfinetes e mantidos sobre o manequim por meio do organdi de algodão.

·         Desfecho do forro do corpo em 4 peças
Este forro em algodãozinho é usado para o “bourrage” definitivo do manequim. O seu desenho se faz por intermédio de uma fita preta, que se pende com alfinetes sobre o manequim, seguindo todas as linhas de construção: meio da frente e das costas, linha lateral, por baixo do braço, busto, cintura, quadris em duas alturas, ombros, pescoço e cavas. Acrescente duas linhas verticais: uma nas costas, que parte do meio do ombro até a cintura, a 6 cm do meio das costas, e outra na frente do busto, que parte do meio do ombro até a cintura, a 6 cm do meio da frente. Tendo sido assim estabelecido o desenho do forro do corpo até a cintura, continue as linhas para os quadris numa direção harmoniosa. Todas estas linhas feitas com a fita preta indicam o lugar das costuras. A figura mostra nitidamente a disposição do desenho no manequim.

·         Execução
Tome do algodãozinho, corte retângulos de 1 metro de comprimento e de uma largura igual a cada espaço limitado por duas linhas de fita preta. Acrescente 6 cm para cada costura.

·         Preparação do sentido dos fios
No meio de cada pedaço, tire um fio da fazenda nos dois sentidos, para se guiar, riscando em seguida com um lápis, o sentido do fio reto (o que também pode ser feito por meio de um alinhavo com linha preta). No sentido horizontal estes traços indicarão a linha da cintura.

Na próxima semana (postagem!), veremos a instalação do forro sobre o manequim.

Lição 09: Pontos de costura a mão (conclusão), de 22 de março de 1959

Na lição de hoje terminaremos o assunto dos pontos de costura à mão, que iniciamos na semana passada (Lição 08: Alinhavos, de 15 de março de 1959). Vejamos, então:

Ilustração de Gil Brandão

·         Ponto de chuleio (figura 1)
Este ponto envolve as bordas internas das costuras, que ficam livres, constituindo um arremate chato e firme, indispensável em fazendas que desfiam facilmente.

·         Pontos de bainha: ponto em espinha de peixe e ponto clássico
Cada pessoa tem a sua maneira individual para fazer bainhas. Contudo, os pontos usados para esse fim não variam muito, e os mais comuns e mais utilizados são: o ponto em espinha de peixe e o ponto clássico de bainha.

No ponto em espinha de peixe (figura 2), a agulha corre em dois níveis, dando pontos grandes na parte dobrada da bainha e nos pontos pequeninos, apenas tomando o fio, no avesso da saia.

O ponto clássico (figura 3) para fazer bainhas é semelhante ao ponto de chuleio, que pega simultaneamente a parte dobrada da bainha e o avesso da saia.

Quando se trata de “tulle” ou filó, não se faz bainha de espécie nenhuma. Por outro lado, é um erro imperdoável fazer-se bainha à máquina, a menos que se trate da fralda de uma blusa “chemisier” ou de um traje esportivo, cujo modelo assim o requeira.

·         Ponto trilhado (figura 4)
Este ponto é usado para bainhas, vivos, debruns, etc, cuja costura requer absoluta invisibilidade.

Em primeiro lugar, dobra-se e alinhava-se a orla com ponto corrido ou então com costura a máquina. Em seguida, enfia-se a agulha no mesmo lugar de um ponto já feito, toma-se um fio do tecido inferior, e faz-se a agulha sair dois ou três pontos adiante.

·         Ponto cerrado (figura 5)
Este ponto constitui uma costura forte e praticamente invisível. É usado para prender duas orlas, para aplicar entremeios e rendas, etc. O ponto cerrado é uma espécie de ponto de chuleio bem pequeno e bem cerrado, como seu próprio nome indica.

Ponto atrás (figura 6)
Este é um ponto interessante, parecido com o ponto haste, usado em bordados. O processo de executa-los é o mesmo, com a diferença de que, no ponto de haste, os pontos são dados obliquamente, enquanto no ponto atrás, eles são feitos na mesma direção, formando uma linha reta, enfiando-se a agulha no mesmo lugar do ponto anterior. Por causa da sua semelhança com o ponto da máquina de costura, o ponto atrás é considerado como o seu precursor. É quase tão seguro quanto o ponto de máquina, mas muito demorado. Geralmente usa-se este ponto, quando se deseja fazer uma costura firme a mão, num momento em que a máquina, por um motivo qualquer, não possa ser utilizada.

De posse destes pontos fundamentais de costura a mão, a leitora já estará apta a fazer um vestido bem acabado, pois, como tivemos ocasião de dizer na semana passada, a costura a máquina está destinada à construção do vestido, onde se requer firmeza, e a costura à mão aos arremates finais, que vão dar o verdadeiro valor ao trabalho.

Contudo, não basta saber fazer os pontos que acabamos de ensinar; é preciso faze-los bem feitos.

Para isso, é prudente que a leitora sem muita prática, tome de um pedaço qualquer de fazenda, faça-os e refaça-os, vezes seguidas, até adquirir a necessária habilidade, pois, como os pontos de bordado, os pontos de costura a mão, pela sua delicadeza, exigem muita leveza e bastante técnica.

Na próxima semana (postagem!), iniciaremos a maneira de como fazer o “bourrage” de um manequim rígido, adaptando-o às próprias medidas.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Lição 08: Alinhavos, de 15 de março de 1959

Na confecção de um vestido entram, como todos sabem, dois tipos de costura: a costura a máquina e a costura a mão. A costura feita a máquina destina-se, de uma maneira geral, à construção do vestido, enquanto a costura feita a mão destina-se aos arremates, aos alinhavos, às bainhas, ao pregamento de botões, etc. Antes, porém, de indicarmos quais os principais pontos de costura a mão, vejamos o modo correto de segurar a fazenda.

A mulher que está costurando deve utilizar ambas as mãos para segurar o tecido. Uma para alisar e ajeitar o material na frente da agulha e a outra – a direita – para controlar, ou melhor, para manejar a agulha com a qual se trabalha.

Tratando-se de peça grande, sempre que possível, coser sobre a mesa. Este processo protege a fazenda, alivia as mãos do peso e faz o trabalho render mais. E para que este ande depressa, deve-se evitar que a mesa esteja forrada com uma toalha. Se a leitora, pensando proteger o tecido, deixa a mesa forrada, cairá no perigo de prender, de vez em quando, a agulha na toalha, no momento de dar os pontos. Isso, naturalmente, não põe a costura a perder, mas sacrifica boa parte do tempo, justamente aquele que se leva para desprender os pontos dados simultaneamente no tecido e na toalha. Se, por um motivo qualquer, não for possível remover a toalha que recobre a mesa, para evitar a dificuldade referida, basta colocar sob a costura um pedaço de papelão bom liso, que se vai deslocando à medida que os pontos progridem. Feitas estas considerações, passemos então, aos principais pontos de costura a mão:

Ilustração de Gil Brandão

·         Ponto corrido (figura 1)
É o ponto mais comum, que se obtém enfiando a agulha na fazenda à espaços regulares e sempre na mesma direção. O ponto corrido é utilizado para as costuras ordinárias, os franzidos, as emendas e os acolchoados. Deve ser feito rapidamente e em linha reta. Não esquecer de que, quanto mais fino e mais flexível o tecido, menores devem ser os pontos.

·         Alinhavos
Os alinhavos são modalidades do ponto corrido. Há três tipos de alinhavos: o alinhavo frouxo (figura 2), o alinhavo firme (figura 3), e o alinhavo em diagonal (figura 4).
Os alinhavos frouxos são pontos corridos maiores, que se usam para preparar a construção do vestido para preparar a construção do vestido, isto é, as costuras a máquina e as bainhas. São necessários para lãs e tecidos que encolhem. Deve-se usar linha de cor diferente da do tecido, e quando se pretende desmanchar os alinhavos, estes devem ser cortados a distâncias regulares. Nas costuras que vão estar sujeitas a tensões no momento da prova do vestido – costuras laterais de saia justa, pences – é conveniente fazer os alinhavos com pontos bem menores.

Os alinhavos firmes (figura 3) são pontos com o dobro do comprimento dos do alinhavo frouxo, na parte superior, porém com espaços bem pequenos na parte inferior da fazenda. Este é o tipo ideal de alinhavo para marcar as linhas de costura, quando se corta o molde na fazenda e para indicar meios das peças do molde.

Os alinhavos diagonais (figura 4) são bem diferentes, pois, em vez de se enfiar a agulha na mesma direção da costura, resultando uma espécie de linha interrompida, enfia-se a agulha perpendicularmente à direção da costura, dando-se pontos que, à superfície, se assemelham a pontos de haste afastados e inferiormente são curtos e retos. Os alinhavos diagonais variam muito de tamanho. Servem para conservar duas espessuras de tecidos unidas e evitar que escorregue, uma sobre a outra. São muito úteis, depois dos alinhavos comuns, nos tecidos com superfície escorregadia, ou para acertar o forro de qualquer casaco.

Na próxima semana (postagem!), concluiremos o assunto da lição de hoje.